No dia 22 de Dezembro de 2002, 3 dias antes do Natal, noticiava-se, durante o dia,que um deslizamento de terra em morro do Perpétuo,localizado na área urbana de Teresópolis, provocado pelas fortes chuvas, soterrou treze pessoas e que os desabrigados eram cerca de 300. No meio da noite do mesmo dia a Defesa Civil confirmava que mais 4 corpos tinham sido encontrados sob escombros de terra, totalizando assim 17 vitimas fatais.
Noticiava-se também que no dia anterior foram registrados 145,4 mm de chuva, metade do previsto durante o mês de Dezembro todo e que no Natal voltaria a chover forte em Teresópolis.
Após os primeiros socorros aos desabrigados e parentes das vitimas as Autoridades do Estado e Município, informaram e prometeram que as casas que vieram abaixo seriam reconstruídas em lugar seguro o que deixou um pouco aliviadas as pessoas atingidas pela tragédia!!
Não faltaram criticas, pelas autoridades,de então, para com os governos passados pela falta de uma política habitacional eficiente !!
Após demorados estudos realizados pelas autoridades municipais que tomaram a si a tarefa da reconstrução das casas e a rotineira espera para se conseguir os recursos, os desabrigados foram finalmente informados, em Julho de 2006 que as casas promrtidas seriam inauguradas no novo local escolhido, ou seja, em um dos morros do Fischer !!
Foram gastos então recursos públicos de cerca de um milhão de R$ para a construção de 50 casas!!
Entretanto entre a ocupação, na época, e os dias de hoje a maioria dos moradores beneficiados,
na verdade, abandonaram a maioria das casas por apresentarem problemas estruturais e pelas constantes quedas de barreiras nas estrada de acesso durante os períodos de chuvas e dificuldades de se conseguir transporte publico para chegar ao local, entre outros !!
Pois bem, durante a tragédia das recentes chuvas, quase o inacreditável aconteceu !!
Passando pela BR-116 em Fevereiro 2011, perto do local onde pode-se visualizar o morro do Fischer onde estas casa foram construídas, fiquei impressionado em notar que a cerca de 200 m. destas casas, em 11 de Janeiro 2011, tinha caído uma grande barreira de terra !! Não houve vitimas , na oportunidade, mas faltou muito pouco !!
Esta barreira, pela graça de Deus, não aconteceu no local das casas e felizmente estas humildes famílias que ainda continuaram no local, não viveram novamente o mesmo drama que as atingiu no morro do Perpétuo em 2002!!
Faço votos para que o grande contingente de pessoas que tiveram suas casa destruídas , na catástrofe de Janeiro deste ano não tenha que passar também por esta experiência.
Agora já é fato conhecido que a fragilidade geológica da maioria dos morros da área urbana da cidade e do interior do município, não são adequados para construção de moradias.
Torna-se, por outro lado,urgente a divulgação do Mapeamento das Áreas Urbanas de Risco imediato e do de menor grau , prometido pelo governo do Estado (DRM-RJ) para que medidas corretivas com Planos de Contingência para atendimento a situações de emergência, alem de Planos de Redução de Riscos sejam implementados pela Prefeitura.
Uma efetiva e eficiente fiscalização de novas ocupações destas áreas também precisa ser implementada.
Aproveito a oportunidade para fazer uma nota sobre o fato de que o levantamento e Mapa de Áreas de Risco para ser completo,não pode somente contemplar a localização do risco geológico de deslizamento em morros, mas incluir também tamanhos das áreas de risco no sopé destes morros,margens de rios, várzeas e outros locais que por suas características,são inadequados para construção de moradias.
Considerações sobre o regime das águas de nossos rios com grande variação de volume e vazão de água durante as diferentes épocas do ano não podem ser deixadas para segundo plano .
Veja a imagem do local onde houve barreira de terra e das casas (ao lado) no Morro do Fischer.
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